
Estendes-me a mão. É neste momento, em que as nossas mãos se tocam, que duvido das mentiras, e elas passam a ser reais. Foi neste momento que tive todas as certezas do mundo. E as incertezas também. Valeria a pena dar-te a mão mais uma vez?
Mil pensamentos assaltam-me agora a mente, e eu tremo, não de medo, mas de frio. Um frio que me corre no coração, e por isso me faz tremer. O corpo, esse, já habituado ao frio (físico) não treme, imune….
Mil pensamentos assaltam-me agora a mente, e eu tremo, não de medo, mas de frio. Um frio que me corre no coração, e por isso me faz tremer. O corpo, esse, já habituado ao frio (físico) não treme, imune….
Relembro as tardes passadas a ver o pôr-do-sol, daquela varanda em frente ao mar. Às vezes ainda chegavas a casa a tempo de me fazer companhia, e davas-me a mão..passavas-me a mão no cabelo, e falavas-me ao ouvido. Palavras tão doces… Lembro-me como se fosse hoje, do teu cheiro, o cheiro daquele perfume que comprámos juntos, já enjoados de tanta mistura de odores, e que te assenta tão bem..como se tivesse sido criado para ti. Por mim.
O brilho nos olhos que mostravas ser por me ver, foi desaparecendo, foi-se apagando, e foi aí que virei a página.
Dei a volta ao mundo. Conheci gentes de todas as partes, de todos os cantos do hemisfério (mas a terra é ou não redonda? Cantos??), falei todas as línguas. E no final, voltei para ti, para os teus braços, para o teu cheiro, e as tuas palavras doces ao ouvido. Não sei em que parte é que me perdi, em ti. Em que parte me reencontraste, já sem forças para lutar. Em que parte me aqueceste, e voltaste a dar-me a mão. E eu voltei a acreditar que ficaríamos de mãos enlaçadas. Eternamente….
E foi neste momento em que o sol começou a incomodar-me a vista que pus os óculos, levantei-me, e fechei o livro.

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