quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

14 anos


Há 14 anos esta imagem era possivel. Vocês estavam os dois comigo, mesmo sem estarem comigo. Há 14 anos também choveu. O céu esteve igualmente cinzento. Também caíram lágrimas, também ouvi gritos de dor.
Há 14 anos vocês estavam cá, comigo ou não. Aqui, sim, aqui.
Há 14 anos a dor era igual. Sabia que alguém sofria, e eu sofria também. O meu Pai, o meu irmão. Ali na mesma sala, finalmente juntos, entre lágrimas e dor.
E eu, que tantas vezes os vi juntos. Eu que tantas vezes sofri com as palavras amargas que se diziam. E eu, que tantas vezes pude se calhar fazer alguma coisa, nunca fiz.
É talvez por isso, que hoje, tento incansavelmente remediar os erros alheios. Que sofro com abandonos. Porque também fui abandonada. Mas aguentei! Gritei bem alto o que nunca deixei que ficasse entalado. O que nunca quis deixar de dizer. O que nunca guardei para mim.
E hoje, ainda sabendo que o sofrimento existiu e que não fui eu a causa disso, ainda me culpo. Por não ter batido mais o pé. Por não ter gritado ainda mais alto. Por não ter desatado à chapada, como hoje faço com tanta facilidade....
Tenho saudades do meu irmão. Do meu Nuno Filipe. E do meu Pai, de quem sou a imagem viva, a 'cara chapada'.
Hoje nenhum dos dois está aqui. Se me apetecer ligar a algum, fico calada. Se me apetecer desatar à chapada e corrigir os erros deles, é tarde demais. Se quiser dizer que já chega de insultos e palavras azedas, tenho que guardar isso tudo, para mim.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009


Depois de amanhã, sim, só depois de amanhã...
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o rnundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-rne toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...
O porvir...

Sim, o porvir...

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

...........

Disse-me uma vez uma pessoa conhecida, que as pessoas nunca mudam. Somos nós quem tem que se colocar num patamar de forma a não lhes permitir que nos magoem. 'Temos que mudar a nossa postura'. Eu náo posso dar-lhe mais razão. As pessoas não mudam mesmo!

O que me aborrece é que por vezes são tão previsiveis, tão faceis de ler, de interpretar, que magoa...até doi...
Porque é que não conseguimos sentir a mesma coisa que outra pessoa sente por nós ao mesmo tempo.
Terá que ser sempre tudo tão dificil, ou isto só acontece comigo?
Se às vezes acho que devo lutar com unhas e dentes, outras há em que a vontade que tenho é de baixar os braços...
Vou alimentando as minhas alegrias, das benesses que consigo dar às outras pessoas. Tudo em troca do sorriso de uma criança :) TUDO.........
E pronto, nós, adultos, cá nos vamos amanhando nesta caminhada. o 'The end' parece nunca mais chegar, e nos entretantos, andam aí bons filmes.
Haja tempo!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

domingo, 11 de janeiro de 2009

sábado, 10 de janeiro de 2009

“Pega no telefone e liga-lhe, não tens nada a perder. Diz-lhe que tens saudades dele, que ninguém te faz tão feliz, que os teus dias são secos, frios e áridos, como um deserto imenso, sem oásis nem miragens, sempre que não estão juntos. Pega no telefone e liga-lhe. Se ele não atender, deixa-lhe uma mensagem. Ou então escreve-lhe um sms a dizer que queres estar com ele. Não te alongues nem elabores, os homens nunca percebem o que queres deixar cair nas entrelinhas. Tens de ser clara, directa e incisiva. E não podes ter medo, porque o medo é o maior inimigo do amor. Cada vez que deixares o medo entrar-te nas tuas veias, ele vai gelar-te o sangue e paralisar-te os nervos, ficas transformada numa estátua de sal e morres por dentro. A vida é uma incógnita, hoje estás aqui, amanhã podes ficar doente, ou cair-te um piano em cima quando fores a andar na rua. Ainda há pessoas que atiram pianos pela janela, sabias? Nunca se sabe como será o dia de amanhã, por isso não percas tempo e pega no telefone e liga-lhe. Tenho a certeza que ele te vai ouvir, tenho a certeza que ele te vai ajudar, tenho a certeza que ele, à sua maneira - e é tão estranha a forma como os homens gostam de nós - ainda gosta de ti. Mesmo que já não te ame, ainda gosta de ti, como tu vais aprender a gostar dele, quando a vida te obrigar a desistir deste amor. Ele está longe, mas olha para ti por entre memórias, presentes e flores. À noite, entre sonhos alterados pelo álcool e as drogas leves, tu apareces-lhe na cama e ele volta a sentir o cheiro da tua pele e volta a amar-te com todas as suas forças. Ainda que não acredites, tu viverás para sempre nele, tal como ele vive em ti, na memória das tua células, num passado que pode ser o teu escudo, mesmo que não seja o teu futuro. Pega no telefone e liga-lhe. Fala com ele de coração aberto, diz-lhe o que queres ver, chora se for preciso, pede-lhe que te diga se sim ou se não. Se for preciso, por mais que te custe, pede-lhe para escrever a palavra NÃO. Pede-lhe uma resposta para o teu coração. Mais vale saberes que acabou tudo do que viveres com as laranjas todas no ar, qual malabarista exausto, sem saberes nem como nem quando elas vão cair. Mais vale chorar a tristeza de um amor perdido do que sonhar com um oásis que se tranformou numa miragem. Pega no telefone e liga-lhe. Liga as vezes que forem precisas até conseguires uma resposta, a paz de uma certeza, mesmo que essa certeza não seja a que desejavas ouvir. Mas não fiques quieta, à espera que a vida te traga respostas. a vida é tua, tens de ser tu a vivê-la, não podes deixar que ela passe por ti, tu é que passas por ela. E quando todas as laranjas caírem, apanha-as com cuidado, guarda-as num cesto e muda de profissão. O circo é para quem não tem casa nem país, não é vida para ninguém. Guarda as laranjas num cesto, leva-as para casa e faz um bolo de saudades para esquecer a mágoa. E nunca deixes de sonhar que, um dia, vais encontrar alguém mais próximo e mais generoso, que te ensine a ser feliz, mesmo com todas as pedras que encontrarem no caminho. Larga as laranjas e muda de vida. A vida vai mudar contigo. “


Margarida Rebelo Pinto, “Vou contar-te um segredo”

domingo, 4 de janeiro de 2009

''Australia'' -grande filme




Somewhere over the rainbow
way up high
there's a land that I heard of
Once in a lullaby
Somewhere over the rainbow
Skies are blue
And the dreams that you dare to dream really do come true
Someday I wish upon a star
And wake up where the clouds are far behing me
Where troubles melt like lemon drops
Away above the chimney tops
That's where you'll find me...
somewhre ovver the rainbow blue birds fly
Birds over the rainbow
Why then, oh why can't i?
If happy little blue birds fly
Behind the rainbow
Why, oh why can't I?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Porque é que ando triste?

Eu sei porque me sinto triste, mas não devia ser este o motivo. O motivo da minha tristeza, deveria ser o desemprego que dura já quase há 3 anos. O saldo da minha conta bancária (absolutamente deprimente). A minha impotência em ser levada a sério, quando é suposto. O filho que nunca tive. A pessoa 'ideal' (....) que não me quer. Ah, e o preço da gasolina claro, o maior escândalo de sempre!
Mas quando olho bem dentro de mim, vejo que nada disto é motivo da minha tristeza. Caramba, uso cremes dior, base channel, exfoliante Shiseido, calçado Aldo, calcinha da Salsa....o que mais pode uma gaja 'da moda' querer?
Pois. 'O essencial é invisivel para os olhos' -e é mesmo.
Se calhar, e pensando bem, não é tristeza que sinto. Acho que aquele espacinho, onde te guardei, aquele espacinho onde digo que guardo (e guardo mesmo) as pessoas especiais, as que não quero perder nunca, mesmo que não as queira muito perto 'naquele momento', está vazio.
Se calhar é.... talvez seja isso....guardei-te lá tempo demais.
Confiei demais no que dizias sentir, e achei que podia levar o meu tempo...ver bem as coisas de dentro de mim, para fora, e não o contrário, como fiz já no passado, e me doeu tanto.
Eu tenho pânico de qualquer tipo de dor. Qualquer que seja. Fisica, emocional, espiritual...
E fujo dela? Ah, pois fujo!
Como fugi de ti....e te perdi.
Estou cansada de te dizer que gosto de ti e que te quero bem, e que te quero do meu lado.
Espero que nunca te esqueças de mim, do quanto gostei de ti um dia, e se esse dia terminar, e nós nunca mais nos virmos, então, que seja assim. Mas eu lamento, e como lamento...
Caramba.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

''Às vezes é incrivel o que consigo sentir quando estou perto de ti...''

Pode até não parecer, mas este dia foi muito triste para mim. Tinha-te perdido há pouco, e tudo parecia escuro, e nada fazia sentido, as coisas já não encaixavam direito...A memória que tenho, é de pensar que não conseguia por os pés no chão e apoiá-los com firmeza. Já em nada tinha firmeza. Faltava-me o ar a respirar...vieram as crises de ansiedade, as noites sem dormir. Nós não somos todos iguais, e não sentimos todos as coisas da mesma forma.
Neste dia, tinha planeado mais uma vez ficar em casa, quieta, sem me mexer, no lugar. Naquele lugar seguro, onde ninguém podia tocar-me com um dedo e magoar-me. Mas uma alma doce, uma amiga de coração, sincera, linda....agarrou-me na mão e tirou-me dali. Foi a primeira vez que voltei a sair à rua.
Sentia-me mal...tinha a sensação de que estava a trair a dor que devia sentir por ti. Sentia que tinha que sofrer mais ainda. Mas ela mostrou-me que não é por sofrermos mais, que gostamos mais das pessoas. O amor que lhes dedicamos, o que fizemos pelas pessoas que perdemos, isso cabe-nos a nós guardar. E guardamos onde queremos.
Eu, tenho um lugarzinho especial no meu coração, um cantinho, onde guardo as coisas bonitas e que valem a pena ficar. É um cantinho muito grande, e quando passo por lá encontro memórias de coisas muito bonitas.

Parte II

Tu também estás lá. Dizes que queres sair, mas eu sei que não queres. Quando ameaço tirar-te de vez, o teu discurso muda. Ficas com o mesmo medo que eu senti durante todo este tempo. O medo não deve ser um sentimento que alimenta nada. O medo só alimenta mais medo. Sofrimento, dor...

Está a doer. Tu sabes que está a doer. Como eu sei que te doeu um dia. Pronto, agora estamos de contas acertadas. (??)
Eu acho que não.

:(


Mentir é Morrer Espiritualmente

Dizer a verdade
Sabemos que mentir não é correcto, mas já nos questionámos se é correcto dizer uma mentira «piedosa»? A resposta é não. Chamamos «piedosas» às mentiras quando elas parecem inofensivas; contudo, em termos espirituais falamos do certo e do errado baseando-nos num princípio de conteúdo, como as coisas na verdade são, e não pela sua aparência.
Desde cedo aprendemos nos Ensinamentos da Sabedoria Ocidental que uma mentira no Mundo dos Desejos «é tanto um crime como um suicídio», pois não só destrói o que falsamente representa, como também se destrói a si mesma no processo.
No estudo de Max Heindel intitulado Arquétipos, lemos que «quando se dá uma ocorrência, uma certa forma pensamento gerada no mundo invisível regista o incidente. Sempre que se fala ou comenta o incidente, é criada uma nova forma de pensamento que se coaduna com o original e o reforça, desde que ambos sejam verdadeiros e sintonizados com a mesma vibração. Mas se é proferida uma mentira acerca de um acontecimento, as vibrações do original e as da reprodução não são idênticas; não estão em sintonia e ficam desafinadas entre si, dilacerando-se mutuamente».
Este trecho é desenvolvido em A Teia do Destino (VI Parte: «A criação do ambiente — A génese das enfermidades mentais e físicas») onde aprendemos que os nossos padrões de pensamento durante a vida têm um impacto directo no arquétipo do corpo, do qual depende a nossa condição física em vida, e ao nos alinharmos com o que é verdadeiro usufruiremos de uma melhor saúde no futuro.
Amar a Verdade
Assim, quando dizemos «a verdade» referimo-nos ao que dizemos em relação ao que percepcionamos como tal, e também em relação à forma registada no mundo invisível. Se tivermos uma coisa em mente e a adulteramos, estamos a mentir. Se fizermos pouco esforço no sentido de vermos claramente, de sermos objectivos e se formos descuidados com a verdade, tornar-nos-emos igualmente culpados. Donde se conclui que temos de amar a Verdade para que possamos buscá-la e eventualmente encontrá-la.
Max Heindel escreve em A Teia do Destino que «mesmo na actualidade apenas uma pequena percentagem de pessoas está preparada para viver tão perto da verdade como a percepcionam, para a confessar e a professar perante os homens […]». Em tempos passados «o amor à verdade era quase desprezível» e os homens estavam naturalmente inclinados a «desrespeitar os interesses dos outros.
Egocentrismo
Ao mentirmos, fazemo-lo com um objectivo: a pessoa a quem mentimos, e o assunto sobre o qual mentimos. Ao mentir estamos a desrespeitar alguém e estamos a provar ser egocêntricos, protegendo os nossos próprios interesses, mesmo cobardemente. Seremos cobardes a este ponto? Pode ser que sim. Trouxemos connosco do passado, e ainda trazemos, estas tendência inatas de auto-interesse e auto-protecção. Mas temos necessidade de continuar a fazê-lo? Acho que não. Se a nossa jornada espiritual vai começar, ela tem de começar algures. Dizer a verdade é um ponto de partida bastante prático.
Não amamos o ser humano ou a Deus quando mentimos. Se vamos amar o próximo como a nós mesmos, então comecemos por fornecer respostas verdadeiras, que nós próprios acharíamos aceitáveis — nem mais nem menos, a quem quer que seja. Dizer a verdade tanto aos que amamos como aos que não amamos é uma maneira de realizar as máximas «Faz aos outros como gostarias que te fizessem a ti».