Pode até não parecer, mas este dia foi muito triste para mim. Tinha-te perdido há pouco, e tudo parecia escuro, e nada fazia sentido, as coisas já não encaixavam direito...A memória que tenho, é de pensar que não conseguia por os pés no chão e apoiá-los com firmeza. Já em nada tinha firmeza. Faltava-me o ar a respirar...vieram as crises de ansiedade, as noites sem dormir. Nós não somos todos iguais, e não sentimos todos as coisas da mesma forma.Neste dia, tinha planeado mais uma vez ficar em casa, quieta, sem me mexer, no lugar. Naquele lugar seguro, onde ninguém podia tocar-me com um dedo e magoar-me. Mas uma alma doce, uma amiga de coração, sincera, linda....agarrou-me na mão e tirou-me dali. Foi a primeira vez que voltei a sair à rua.
Sentia-me mal...tinha a sensação de que estava a trair a dor que devia sentir por ti. Sentia que tinha que sofrer mais ainda. Mas ela mostrou-me que não é por sofrermos mais, que gostamos mais das pessoas. O amor que lhes dedicamos, o que fizemos pelas pessoas que perdemos, isso cabe-nos a nós guardar. E guardamos onde queremos.
Eu, tenho um lugarzinho especial no meu coração, um cantinho, onde guardo as coisas bonitas e que valem a pena ficar. É um cantinho muito grande, e quando passo por lá encontro memórias de coisas muito bonitas.
Parte II
Tu também estás lá. Dizes que queres sair, mas eu sei que não queres. Quando ameaço tirar-te de vez, o teu discurso muda. Ficas com o mesmo medo que eu senti durante todo este tempo. O medo não deve ser um sentimento que alimenta nada. O medo só alimenta mais medo. Sofrimento, dor...
Está a doer. Tu sabes que está a doer. Como eu sei que te doeu um dia. Pronto, agora estamos de contas acertadas. (??)
Eu acho que não.
:(

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