quarta-feira, 29 de abril de 2009

Chegaste próximo de mim. Falaste-me ao ouvido, e eu, ouvi-te. Ouvi-te dessa vez como de tantas outras em que te repetiste (vezes sem conta).
Cansaste-me o ego, e ele transbordou, e o prazer dessa sensação, deixou em mim uma mistura de sentimentos que me cansou. E eu não consegui mais ouvir-te.
Deve ter sido naquele dia, sim, naquele do pôr do sol, lembras-te?
Tiraste-me o cabelo da frente da face com os dedos, e disseste-me a mais bonita de todas as palavras, a que me deixou sem fôlego, muda de te ouvir.
Foi nesse momento que teci todas as considerações, e tracei todos os planos possiveis. Vi passar na minha frente as imagens do que achava (e acho) real, e as mais absurdas imagens do intangivel. O zénite parecia tão próximo, logo ali, ao meu alcance, e no entanto, estava tão longe. E eu não conseguiria, de forma alguma, tocá-lo.
Como não consegui até hoje.

Acredito-te. Gosto-te. Quero-te.
Todos estes pronomes pessoais se tornam absurdos quando usados para demonstrar o quanto TE quero.
Até podia doer, mas não doi.
Podia sufocar, mas eu não deixo.
Podia custar deixar para trás, mas eu não quero.
Podia todas as coisas possiveis no mundo.
....E no entanto, não pode nada.
Tem o poder que lhe damos, que lhe atribuimos, aquela pequenina migalha de poder, que distraídos, deixamos cair. Como às roupas, sempre que os nossos olhares se cruzam.
Tudo seria tão mais facil se não houvesse 'olhar'... Se não houvesse mãos a tocar-se, eu não teria duvidas, provavelmente, tu tão pouco.
Se....se....se....
A palavra que mais odeio.
Se nada.
O importante é hoje, aqui, agora.
Se foi banido do meu vocabulário. E como eu gostava que o banisses do teu igualmente.

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