terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nunca pensei, naquele dia de Dezembro, de há dois anos, que fosses capaz. O teu olhar doce, e meigo, não transmitia esta falta de caracter. Esta pobreza de espírito, e eu não sabia que serias capaz.
Quando mais tarde te conheci, aí tive a certeza de que nunca, nunca serias capaz. E que isto nunca iria acontecer. Juraria a pés juntos, poria a mão no fogo, em como tu, tão especialmente tu, não serias capaz de magoar-me. E como estava enganada também. Deixaste-me com a cara no chão. A sangrar por dentro. Num caminho onde ando sozinha. Largaste-me a mão e deixaste-a cair. Fizeste-me uma festa na face, e foste embora. Desejaste-me felicidade e sumiste.


Gostava de te guardar raiva, e rancor mas não consigo. A tua imagem passa em slideshow nos sonhos que não sonho. A tua cara, vejo-a nas caras de todas as pessoas. Sinto o teu cheiro sempre que saio de casa, e olho em volta, e já não estás lá. Como nunca quiseste estar.
Gostava que as coisas tivessem sido diferentes, e que me tivesses amado de verdade. Como eu te amei.
Gostava que não me tivesses obrigado a virar a página, a fechar-te a porta. A virar-te as costas.
Hoje sei, sei sim, que nunca mais conseguirei sorrir para ti. Deixaste-me amargurada e infeliz. Triste e incompleta. Deste-me tudo, e depois tiraste. E eu, pelo menos agora, só consigo ver maldade nisso, e nada mais.
Tiraste-me a alegria que tinhas na voz quando me ouvias falar. O sorriso que era de me ver. E eu já não consigo mais sorrir...
Mais uma vez, sim, mais uma vez, fiquei pequenina. Fria. E não vai melhorar no futuro. O que me ensinaste não foi bom.
Ensinaste-me que sou mais ingénua do que me fizeste pensar que sou. Ensinaste-me que é muito facil fazer-me acreditar. E isso não pode mais, nunca mais, acontecer.
Não olhes mais para mim. O teu olhar não merece cruzar-se com o meu. Eu que pus toda a minha fé em ti. Que acreditei em ti como em ninguém antes. Que te defendi com a espada e a alma. Que disse o melhor de ti ao melhor em mim.
É verdade que sim, te amo, mas é verdade também que sei que estou errada e que não mereces. E por isso, vai perder-se assim, um amor verdadeiro, que podia ter-te dedicado até morrer 'ou mais ainda'. Porque tu, sim tu, me fizeste acreditar que esse amor existe.