sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Se fosse procurar a definição de paixão no dicionário, encontraria definições como: sentimento excessivo, amor ardente, entusiasmo, grande mágoa, objecto de grande afeição, vício dominador, parcialidade, afecto violento, cólera e alucinação. Encontraria também referência a partes do Evangelho e ainda ao martírio de Cristo.
Mas este post pretende ser uma espécie de definição pessoal. Daquelas que não vêm no dicionário e que ninguém entende e com a qual provavelmente ninguém concorda. Mas para mim, paixão é fast food...
Paixão é aquele sentimento incompreensível e inexplicável que nos ataca ao longo da vida. Não só por pessoas, mas também por objectos, animais e tantas coisas mais.
É um sentimento livre, puro, que nos atormenta e nos tira o sono. Mas acima de tudo, é um sentimento que nos consome e que nos faz desejar alguma coisa, com uma intensidade tal que nos invade o pensamento e ocupa todos os recantos da alma.
É algo que vai e vem. De forma rápida e mortal. Podemos apaixonarmo-nos várias vezes, por muitas coisas e de várias maneiras.
Mas a paixão é sempre igual. Vem, aparece, leva-nos à loucura e vai embora...
Hoje em dia, a paixão aparece de forma muito rápida e consome-se num instante. Paixão é fast food!
Não é como aquela comida caseira de antigamente, que levava muito tempo a preparar, saboreava-se com vontade e digeria-se de forma lenta, porque era uma comida pesada.
Hoje em dia, paixão é fast food. Vemos, olhamos, apetece-nos, dá-nos vontade e vamos comprar para comer. Em pé, no carro, num banco de jardim, em casa, no trabalho, nas escadas e por aí fora. Comemos rápido, porque temos sempre falta de tempo, mastigamos sem saborear, porque afinal tudo sabe à mesma coisa e deitamos os restos no lixo.
Nem nos preocupamos se estava bom ou não. Afinal, limitámo-nos a mastigar e digerimos na corrida do dia-a-dia.
Já não nos sentamos à mesa do restaurante, já não pedimos a ementa, já não escolhemos o que nos apetece, já não comemos entradas, já não nos deliciamos com aquilo que nos estava mesmo a apetecer, já não repetimos a dose, já não arranjamos mais espaço para a sobremesa. Apenas continuamos a pagar a conta, porque afinal de contas, comida é comida é há que pagar para comer.
Preferimos comer vários tipos de comida ao longo da semana, do que cozinhar de forma a comermos duas ou três vezes.
Não nos importa que saiba tudo ao mesmo e que a comida não preste nem faça bem à saúde, o que importa é que seja rápido, na hora em que nos apetece, na altura em que queremos. É um sentimento de posse que não conseguimos controlar. Queremos e queremos já, de preferência para ontem, como se costuma dizer.
Hoje em dia, a paixão é fast food…

Mas também gostei da tua definição. Já o amor é diferente. Porque o amor não passa e a Paixão passa, óh se passa...

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