segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Se há dias em que nos sentimos capazes de levar a bondade a todos os cantos, dias há em que temos vontade de fazer algumas malvadezas. Isso é só porque não acordamos todos os dias com as mesmas vontades. E todos sabemos disso também. Porque a vida nos tratou mal hoje, porque dormimos um número insuficiente de horas, porque abusamos no digestivo a seguir ao almoço. Há um número interminavel de motivos que nos leva a reagir de forma diferente às diversas situações que enfrentamos no dia a dia. Somos pessoas menos boas por isso? Não. Somos apenas humanos. Senão veja-se o exemplo dos restaurantes de especialidade. De que se sustentaria o melhor restaurante Indiano da cidade, se toda a gente, todos os dias, tivesse vontade de comer Chinês..?
Nas relações inter-pessoais, a questão prende-se exactamente da mesma forma. Não temos todos os dias vontade de andar de mão dada, nem de passar o dia a fazer cafunés no sofá. Às vezes sentimos necessidade da solidão. De isolamento. Umas pessoas mais do que outras. Dias há até, em que até mesmo a vontade de ir dançar e beber copos é uma vontade singular. Singular, no sentido em que não temos vontade que nela participem 2ªs personagens. Quanto mais 3ªs...

E isso está tudo muito bem. Desde que sejamos capazes de respeitar o espaço alheio, deixar que as pessoas respirem o ar que têm vontade de respirar, podemos, e devemos, achar que estamos a agir coerentemente. Se o caracter das pessoas se define de uma certa forma, quem somos nós, medíocres terrenos para tecer julgamentos?

Sempre acreditei que tudo na vida, tudo mesmo, acontece com um propósito. Nada é ao ao acaso. As pessoas que se cruzam no nosso caminho, os lugares que visitamos, as funções que desempenhamos no emprego, tudo tem a função de nos 'guiar' nesta linha que é a nossa vida. O nosso 'destino'.

'E eu, mero espectador destes acontecimentos que nunca se deram, encontrei-me, e já não sabia o que fazer de mim'
Nuno F. Ribeiro

(...continua)

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